Dá-me tua mão à palmatória...
Sofro o degelo da decepção atroz,
Sou o mancebo que vive perene, a sós,
Colhendo o desgosto de tua oratória.
Maquiavélicas promessas ofereceste
Ao meu sacro tribunal de ardor,
Agora mistificas um altar de amor...
Teu sentimento é outro, não é este!
Não desdenhes do meu desencanto,
Teço lágrimas que umedecem tanto
Uma face que por ti deveras esperou...
Deixa-me no silêncio da solidão ingrata,
A saudade que em meu peito maltrata
Não é tua sombra, é vulto do amor!