Hoje eu quero cantar, cantar porque nunca te vi;
Mas sei que pássaro és, pois ouço, um intenso Bem-te-vi;
Vou cantar à você, porque não quero te ver a partir;
Alegra as minhas manhãs, e hoje vou fazer-lhe dormir;
Com o som do meu assovio, imitando o seu Bem-te-vi;
Bem te vi logo cedo, para ouvir-lhe cantar Bem-te-vi;
Fiquei zelando o teu sono e hoje não consegui eu dormir;
Acordei dos meus pesadelos, esperando seu doce cantar;
Agora sei tuas cores e hoje vou conseguir dormir;
E com o raiar do dia eu ver, o sol em seu peito, amarelo reluzir;
Como é bom ter-te em minhas manhãs a bicar meus doces caquis;
Só não fiques de bico cheio, para que eu possa seu cantar, com meu assovio tentar reproduzir;
Já sei a hora que acordas;
Agora bem que te vi;
A cantar na manhã o seu lindo Bem-te-vi.
Marcio Corrêa Nunes