ARREPENDIDO
Envenenado cedi às ilusões descabidas.
Oh! A deixei, sem porquês... Indiferente...
Não mais um coração, só marcas e feridas,
Quando súplice voltei, envergonhadamente:
“Perdoa-me, doce amada, as sinuosas curvas
Traçadas por mim em tua reta existência...”
E seus olhos como fonte de águas turvas
Gotejara em minh'alma a sua rica essência:
“Perdoei-te, querido, as bebidas, as mulheres...
Amo-te ainda, e ainda mais se quiseres!
Não cessa de pulsar um coração entristecido...”
Não pude encarar-lhe o semblante orvalhado!
Ferido de remorso, eu, um cego culpado,
Um trânsfuga do amor... Arrependido.
Álvaro Silva.©