De repente fiz quarenta anos;
Repentinamente, fiz nada, fui omisso, dentre tantos compromissos;
De repente a vida passou num piscar de olhos;
Repentinamente, Quarenta parabéns foram cantados;
De repente deixei de ser menino;
Repentinamente, me transformei, num pássaro ferido;
De repente a maça vermelha foi oferecida pela serpente;
Repentinamente, a comi e segui em frente;
De repente o pecado passou a ser o bem;
Repentinamente, o pecado é julgado por quem?
De repente, a vitrola toca minha música preferida;
Repentinamente, me faz lembrar do que eu esquecia;
De repente a vida me faz todo o sentido;
Repentinamente, não sou mais um pássaro ferido;
De repente asas cresceram em minhas costas;
Repentinamente, sai a voar, pelos mares e suas encostas;
De repente o futuro se tornara presente;
Repentinamente, não preciso mais caminhar em frente;
De repente as asas me deram o poder de também acolher;
Repentinamente, agora eu posso escolher quem debaixo das minhas asas eu vou aquecer;
De repente eu fiz quarenta anos;
Repentinamente, mudaram-se os planos;
E de tudo que se arrepende, aconteceu de repente;
E o sonho que era longínquo, agora chegou repentinamente...
Marcio Corrêa Nunes