No silêncio que me invade os sentidos
escuto o bater ritmado do meu coração
e o murmurar sereno da minha alma!
Lá fora, sopra melodiosa, uma brisa
que atrevida, entra pela janela aberta
do espaço aonde me encontro,
Consigo ouvir os sussurros
das folhas matizadas do Outono,
perfumadas pelas maresias
do mar escondido pelas falésias
da minha quietude…
Apuro os meus sentidos
e ouço nitidamente risos de ninfas,
correndo graciosas,
pelas areias douradas da praia,
cantando odes ao amor,
com vozes aveludados pelos deuses!
Silencio-me no silêncio
que silenciosamente
me acompanha,
sinto que não estou só,
pasmo ao ver minha mão
agitar-se num frenesim arrebatado,
tecendo estas palavras
sobre o papel branco e inerte,
que em pétalas de poesia
agora, eu vos ofereço.
José Carlos Moutinho