Há espaços de silêncio
onde os corações
nos dormem e espantam ...
Espaços de beleza,
anunciada e breve,
num breve de silêncio
gerado na Alma!
Gente que chega,
cansada e triste,
amparada por medos,
rodeada de névoas!
Melancolia, renuncia,
tantas partidas,
dores, lamentos,
mil quimeras,
mil tormentos ...
É a Vida! É a Vida!
E turva imagem (se vê)
em nítido espelho ...
Olhos de cal!
Cabelos de negro ou branco
escorrido,
penteados de espanto,
agonia e mágoa ...
Eis o que a Vida lhes deu
no esbater dos dias,
no beber das águas!
Porém, em cada espelho,
outro rosto, nova vida,
tranquila e pura - agora!
Esperança que outrem
no triste abriga ...
... de quando em quando ...
... de hora-a-hora ...
... na morna alegria
que um abraço lhe dá
esta voz amiga!
E é aqui esse espaço
de encanto e beleza!
E não há poeta nem pincel
que pinte ou que descreva
o tamanho do coração
da sempre meiga Isabel ...
Ricardo M. Louro
em Évora
À minha querida Isabel e ao seu espaço encantado tão cheio de sorrisos e encantos.
Ricardo Maria Louro