Procurei-te sem descanso pelas tardes dolorosas,
por cantos, recantos e vielas,
procurei-te no cair das esperanças amorosas,
ao vê-las desmaiar do alto das janelas!
Procurei-te recolhido nas noites tenebrosas
que ondulavam de agonias meu quebranto,
procurei-te loucamente nas auroras graciosas
cobertas de alegrias e de espanto!
E nunca ... nunca te encontrei!
Meus olhos frios como espadas
não sabiam o que hoje sei ...
Afinal, também me procuravas,
no chegar das noites orvalhadas,
no cair das tardes luminosas ...
Ricardo M. Louro
ao entardecer em Évora
Ricardo Maria Louro