OCIOSIDADE
(Jairo Nunes Bezerra)
A indolência ataca-me de surpresa nesta noite escurecida,
De mim retira a inspiração ainda em atividade...
Tantas coisas incomuns que foram aos poucos revividas,
Partiram pelo espaço impiedosamente sem acuidade!
E as vejo com meu olhar penetrante unindo-se às estrelas,
Que solidárias, sendo agora visionadas, ficam ativadas,
E eu poeta agraciado viro pivô com esperteza,
Assumindo-me criador da beleza ascendente precipitada!
Espetáculo passageiro ante a aproximação dos raios solares!
Que ofuscam os olhares,
Apenas alimenta a esperança de novas noites enegrecidas!
Tristonho vejo o novo dia e paro de versejar,
E a contínua indolência incentiva-me a dormitar,
Enquanto novas poesias ficam desaquecidas!