Hoje fui um bocadinho de tudo. Fiz o que queria fazer, o que o meu coração queria que fizesse. Libertei-me dos medos, e caminhei com todo o positivismo e força para fazer o que quero. Fazer e ser quem quero ser.
Dancei, cantei, ri tanto quanto podia, conheci estranhos que nunca mais vou voltar a ver na minha vida, mas que naquela altura... Naquela altura fez todo o sentido estar com eles. Era tão certo e verdadeiro o motivo para estarmos todos juntos. A alegria, a magia daquela cidade que nunca dorme. Estas pessoas... trouxeram tanto num curto espaço de tempo.
Conheci tantos recantos desta cidade que nunca tinha passado ou reparado, e, descobri o quanto ainda tenho para ver. Atrevi-me a ir em diferentes direcções em diferentes ruas, sair da rotina á qual estava habituada e acabei por ser tão surpreendida de forma positiva que a minha vontade era não voltar para casa, e caminhar por tempo indefinido até os pés doerem até já não aguentar mais.
Apanhei autocarros, falei com tantas pessoas de tantos sítios diferentes, por instantes, breves instantes em que o meu coração se enchia de alegria enquanto cantávamos juntos New York New York de Frank Sinatra.
O calor, o vento a tocar-me na face, fez-me sorrir, onde quer que vamos, e onde quer que estejamos, se o nosso coração também lá está, o sol é diferente, o ar é diferente, e o que para muitos é comum, para nós é um sonho. Aproveitei cada segundo, daquele lugar. E, sinceramente não queria que este dia acabasse. Cada momento que passo aqui, só faz com que se confirme aquilo que dentro de mim sabia, mesmo sem o saber. Sou parte deste sitio, é aqui que pertenço, e já cá pertencia muito antes de cá ter chegado.
Sinto-me preenchida com tudo aquilo que esta cidade tem, com a sua cultura, com a forma como vivem, como reagem, como tratam as outras pessoas, e como sorriem, como transmitem essa alegria para os outros. Como a própria cidade em si, tem um carga mágica tão grande, tão pura e tão verdadeira, que vai muito para além daquilo que as pessoas possam imaginar. E tudo isso, faz-me sentir confiante de coração em cada passo que dou.
Na cidade onde tudo pode acontecer, hoje fui a rapariga sortuda que teve uma viagem de oferta num autocarro de viagens turísticas. Percorri a cidade, sem ter que pagar, e não me canso de fazer esta viagem vezes e vezes sem conta. Porque cada lugar, respiro um pouco de mim, daquilo em que acredito. E vivo, no verdadeiro sentido da palavra.
Olhei para as pessoas por quem passava, dançavam, representavam, os verdadeiros e puros Nova Iorquinos que fazem parte do mundo, e que tenho a certeza que se parasse para conversar, passaria horas a saber as suas histórias e das histórias que esta cidade encerra.
Descobri que os polícias de Nova Iorque são pessoas simpáticas, prestáveis, divertidos, com muito bom humor e sempre prontos a ajudar.
Hoje parei a olhar para todas as culturas que me rodeiam e a tentar descobrir quem é quem e de onde são. Chega a um ponto, que já se distingue Nova Iorquinos do resto das pessoas, Destacam-se pela pressa, pelo estilo de vestir simples e prático, ou então pelos ténis que calçam enquanto correm engravatados em direcção ao metro. Passam por entre os carros, mesmo quando o sinal está vermelho para peões. Não há caminho que não saibam, e se for preciso, sabem dizer todos os autocarros, e caminhos a pé que se pode apanhar para chegar onde queremos.
Hoje olhei nos olhos de toda a gente e sorri, não houve uma única vez que não tivesse um sorriso de volta. Apesar de ser uma cidade que nunca dorme, o facto é que ao contrario do que se possa pensar, é uma cidade que enche o coração de quem por lá passa de uma forma indescritível. Sei que nunca encontrarei nada como esta cidade. È única por si mesma e pelo que representa para mim. Aqui, sinto que nunca estou sozinha mesmo que o esteja.
Hoje passei a imponente ponte de Brooklyn de autocarro, recostei-me para trás enquanto via as luzes da cidade a começarem a acender por todo o lado, e diante de mim um por do sol maravilhoso. Foi mais que magia, foi um momento intenso. Vi a nova Freedom Tower, e a estátua da liberdade, símbolo tão grande quanto aquele em que acredito a Liberdade.
Hoje fui criança mais uma vez. Estava no centro de Manhattan, e o Duende Verde dos desenhos animados Homem Aranha decidiu atacar Manhattan. Mas como sempre, o Homem Aranha aparece para salvar o dia. Ali estive, sentada numa cadeira de uma das salas da Brodway a ver o meu herói favorito içar-se pelo ar, por cima das nossas cabeças, a lutar contra o mal, enquanto os espectadores olhavam embevecidos para a cena que tínhamos diante de nós.
Hoje senti-me em casa. Senti-me como nunca me tinha sentido em lugar algum. Esta é a casa que escolhi, aquilo que quero para mim, e aquilo em que acredito. Ès tu minha cidade.
Ai estarei novamente em breve... E desta vez... Para ficar.