Neste poema de dizer adeus,
que matei a mim próprio
antes do fim de todas as coisas,
perdido como um fantasma
na sombra da noite,
em que a luz de outrora se esqueceu
de mim,
que foi desaparecendo como o falso Deus,
reflectindo o final desta poltrona da miséria
... Para deitar através da minha visão,
nas velhas cinzas sopradas ao vento,
sob as pedras das marcas em que deixo,
como um templo de deformação
num livro de mistérios,
cuspindo em cada página,
um estilo ardente de esperança,
das lágrimas que foram deixadas,
guardadas num vazo de cicatrizes,
revendo na minha voz numa musica de fantasma,
ao lado de um desejo
na morte em obsessão.
Hugo Dias 'Marduk'