Paira naquela cama perfumada,
Um pequeno presente, com ardor.
Recheado por castelos, com alada,
Ternura, fina folha, como a flor...
São restos dum platônico amor...
Cerzidos nas fagulhas das amadas,
Liras ricas, que a musa e seu valor
Foram versos, para a Lua cortejada.
A menina, cresceu na desventura...
E seus olhos, que puros de candura,
Vêem morrer a força, sem o abraço!
Já tão triste, cortou aqueles cabelos
E dos cachos, fez terno travesseiro
Conduzindo o poeta com seus braços.
Soneto inspirado no amor platônico entre Olavo Bilac e Olívia.
"Mestre não é quem sempre ensina, mas quem de repente aprende." (Guimarães Rosa)