Não preciso me dividir entre farras e sono,
Não piso nos extremos dessa vida cambalhota,
Prefiro curtir meu silêncio a escutar lorotas
E deixar que as horas consumam cromossomos.
Talhado estou para refletir esse mundo complexo
Cheio de nódoas e cicatrizes ainda bem abertas,
Minha sensibilidade vive atenta, em sinal de alerta
Pronta para relatar papel e caneta num amplexo.
Debaixo da chuva deixo que a água me molhe,
Respiro sensações através de dois tênues foles
E meu olhar investiga iniquidades deveras psicopatas...
Ouço as turbinas de um cotidiano que grita,
Meu radar é racional, ele interpreta e palpita
Perante um cinzel de imperfeições que adoece e mata!