(reeditado)
Nos olhos em profundo sono
toco o fundo lacustre do
perfil tisnado do meu olhar.
Entre vultos sonolentos ouço
mistérios azul cobalto
nas conchas das tuas mãos.
Ensombradas e moribundas ogivas
entram nos dias rasos
sombras em pura surdina.
De mim tudo esqueço
correndo na penumbra do odor
da cor amortecida da vida.
E, pelo baço olhar dos dedos
acho o tingido das papoilas
na aragem dos trigais.
Se os olhos sonhassem
levar-me-iam nas asas da tua voz
pintar o nascer do sol
e subir na olência
do carmesim da tua boca.