Poemas : 

Aquietação

 


Aquietação

O sopro desse vento
insufla a vela do meu bote:
--Navego à deriva do teu corpo
buscando enseada de feição.
No lume da água,
balanço incerto,
minha quilha sulca
teu peito aberto,
junto à margem de teu porto:
--Navego agora a todo o pano,
navego agora mar adentro...

Na brisa suave que dissipa
a neblina que se esvai,
tudo é claro, cheio de sol,
teu corpo agita-se
em onda que extravasa,
âncora a fundo
a desafiar a maré...

Meu bote apaziguado
abica no remanso
da calmaria das águas
do teu cais.


Juvenal Nunes








 
Autor
Juvenal Nunes
 
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