Poemas : 

Guardador da chuva

 
Guardador da chuva
 


Neste meu pequeno mundo
deixei-me de ser necessário
parti rumo ao país
das belezas surpreendentes
de onde sou oriundo
precário e sem antídotos
assim precinto
o tacto carente das palavras
obstinadas
tão difíceis e incoerentes
que se perdem gentilmente fecundas
na fímbria da infinita
exaustão em que me perdi
por mim e por tantos;
sei afinal porque sonhava
numa eternidade a cada momento...
num afecto desmedido
profundamente anarquista
sem mais lamentos
que a dor esmiuçava
quando hoje não sou mais minguante
deixei somente de ser lua
e tornei-me o guardador da chuva
FF

 
Autor
Frederico
 
Texto
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