Sou pura essência feminina
e do meu jeito sou mais menina.
A alma clara abriga sonhos complexos,
outras vezes simplórios.
Carrego conflitos efêmeros,
minhas eternas interrogações.
Não há resposta para tudo, enfim.
Questiono o destino, perco rastros,
confundo trilhas, desatino.
Roubam-me o sono pensamentos bizantinos.
Sou tronco serrado ao meio, indecifrável.
Meu passado gravado em camadas
mascara dores, sorrisos tolos e gargalhadas.
Sou canção silenciosa, mas audível ao coração.
Sou poeta encantada, musicalidade ensaiada.
Tenho em mim sangue de escriba,
me inspiro à noite, nas madrugadas.
Cláudia Banegas