Feiticeira
António Castel-Branco
Quem és, alma ditosa que me enleias
nessas redes de amor tão bem tecidas?
Que retorces paixão, tramas urdidas
nesse coração, pasto de mil teias?
És o vento que silva entre as ameias,
és suspiros de vidas já vividas?
És o pranto da terra, o sal das vidas,
és o néctar correndo em minhas veias?
És de fogo plantada, és paixão,
és a fonte de luz, livro já lido,
és o porto seguro, compaixão...
És um sonho sonhado não vivido,
és senhora do pó, és coração,
feiticeira do amor sempre pedido.
Sintra, 27/01/2008