Vislumbro na noite
o toque suave do alaúde
que disfere no tempo réstias da tua serena voz
oferecida em papel timbrado no perfume da manhã
deixa somente o vento te seduzir
e canta comigo canções meigas que afaguem
os ternos suspiros diluídos em nós
busca novos horizontes
sacia-me a sede que meu corpo louco alberga
e que seja o céu a forrar a cama onde pernoito
precisando ávidamente de mais um beijo
que este cenário tempera e reclama
deixa-me no exílio onde outras chamas
nos marquem com fulgura
tantos desejos delineados
nesta saudade infinita que abrasa
permuta comigo um gomo de vida
torna meu timbre cantado
em singelos uivos de liberdade
que só os primores do meu
desmedido amor te inspira
e encanta de cumplicidade
no bulício imaginário da nossa
inefável identidade
FC