Sonetos : 

O MEU CADÁVER.

 

As sensações que abatem o nosso ser,
Desprovidos que ficamos de harmonia,
E já dominados em profundas agonias,
Nossas carnes assemelham-se a carniça.

Tem os germes exalando suas cobiças,
Neste prato que vai ser o meu cadáver,
Pois vem a morte travestida de noviça,
Boa saúde nunca foi nem um entrave.

Desde o dia em que me vi convalescente,
Fui sendo tragado pela farpas deste horror,
Então vem o padre tenta me fazer gente.

Mas a esperança está nas mãos deste doutor,
E as fraquezas que me assolam sem piedade,
Já me consomem, e tenho sempre este pavor.


Enviado por Miguel Jacó em 29/03/2010
Reeditado em 17/12/2014
Código do texto: T2164895
Classificação de conteúdo: seguro

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Miguel Jacó

 
Autor
Migueljaco
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 17/12/2014 12:10  Atualizado: 17/12/2014 12:10
 Re: O MEU CADÁVER.



Enviado por Tópico
Semente
Publicado: 17/12/2014 19:06  Atualizado: 17/12/2014 19:06
Membro de honra
Usuário desde: 29/08/2009
Localidade: Ribeirão Preto SP Brasil
Mensagens: 8560
 Re: O MEU CADÁVER.
Poeta Miguel Jaco!!!
Apesar de tétrica, devo reconhecer que disseste verdades duras, cruas, e a poesia também tem essa missão, a de mexer com as coisas acomodadas dentro de nós...E como desacomoda. Arrepiei!!

Abraços ...

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 18/12/2014 22:08  Atualizado: 18/12/2014 22:08
 Re: O MEU CADÁVER.
não sei se é do ser poeta...

mas te quero sempre bem.
sempre feliz, sempre menino.

gostei, apesar da parte triste
e talvés real.

até anjo de Deus.