A pouco e pouco,
aprendo a caminhar pelos mapas que trazes nos bolsos,
sem riscos e sem legendas,
esquecendo a era de encanto e nós
sendo raio de sol e céu de chuva encadeando
letras de canções.
Agora o tempo é outro, é de lampejos e cotovias,
tardes submersas, cantos heróicos e outras menores poesias...
Já calaste tudo o que tinhas que ter voado,
enquanto as palavras iam morrendo como pássaros de papel
sem tintas para poisar
num só poema
de amor.
(entretanto, há asas debatendo-se
contra as paredes doces
do teu peito
e no estreito
abismo que voz fosse,
sobem águas, em grito ensurdecendo)