Saudades de ti, e por ti a mesma é feita!
Teus lábios, teus cabelos, os olhos teus.
Vã memória que aparece já contrafeita
Em desgastados anseios de amores só meus.
Saudades por ti... E de ti, sigo neste jeito
Sem sonhos, sem fé, me sento em ateus
Pensares, choros ruidosos de silêncio, peito
Deitado e sofrente, em palavras de adeus.
Saudades de ti e de teus seios brancos,
Das carícias de teus beijos francos
Deixando ébrios todos os sentidos.
Saudades de ti ... De nós... Perdidos
Em lençóis de amor, os dois exauridos.
Saudades tuas, onde morro entre meus prantos.
Paulo Alves