envolver-me nas lágrimas de girassóis a gemer é como prolongo a vida
até à palavra se amar doce e inocente como quando corro inesperado seduzindo as letras uma por uma e sufoco a fecunda escrita na melancolia que é tão minha...
Sendo eu navio transponho o brilho escuso do mar e fujo do olhar tão rápido como o louco muda de esgar. Sendo um nado vivo transporto comigo fachos de lucidez comum, como obrigações e estas ilusões de vida sem nada de verdade para partilhar, se nem lúcido consigo de razões fogos-fatus empunhar. Por quem me tomas… se nem me importo que me reconheças logo como perdido ou resgatado , eu faroleiro…espiando o navio no nevoeiro denso como um louco marinheiro longe do mar. Agora ,ao raspar da solidão o sal e a pele áspera nada mais me resta que esta carne em sangue-viva e uma intensa sensação de dor como de quem espera na floresta e nu ser amarrado e rasgado por silva brava.