Em meio a minha melancolia
lembrava-me de você.
Eram doces lembranças,
terna e belas lembranças…
Elas queriam ir, mas não as deixei
Clamei por elas:
- Venham belas lembranças,
de recepção a um estranho
trazendo alegrias,
sem desconfianças
a um desconhecido !
- agora quase esquecido.
Enquanto isso, lá fora,
sibila o vento, com energia,
como música, dá alento,
enquanto a música da brisa
move as folhas dos pinheiros,
e tudo então balança
em insana romaria.
Estranho esse vento,
que ora ruge na vizinhança
pois não faz muito tempo
nada, nada se mexia,
tudo, a maioria
estava parada, em demasia,
como numa bonança
após a tempestade.
Estranho esse vento
que levou as lembranças
que eu acalentava na alma.
Estranho esse vento
que levou para longe
as lembranças que eu tinha,
lembranças de minha linda,
inesquecível minha linda,
eternamente e mais ainda,
marcante presença em meu viver.
De arrebatada figura,
sou altivo, sou forte,
não carrego lutos e mágoas,
até um dia enganei a morte,
na sua faina de colher almas
e renasci.