LANDSCAPE OF THE RECENT PAST
A inesperada voz, que soava leve em meu ouvido desgostoso
Durante o último telefonema, me fez regressar,
Ainda que momentaneamente,
Áquela não muito ulterior atmosfera de alegrias degustadas
Indevidamente: por isso mesmo verdadeiramente etéreas,
Eternamente fosforescentes.
Lembrei-me do quão era bom o jocoso paradoxo da Espontaneidade de dividirmos o pão, não deixando de o Querermos reter, unicamente, em nossas mãos,
A estar envoltas na densa neblina da fome
Da veemente ambição inconseqüente de quem nada come.
Lembrei-me dos viróticos déspotas esclarecidos do saber,
Que, por meio de seu DNA masoquista e deletério,
Ceifam os tenros jardins citológicos da linearmente ideológica
Metamorfose, a qual se processa dentro do cérebro de cada projeto de homem e de mulher posteros: sim, falo, justamente, Daquela que nos pode semear o sentimento de infinita irmandade entre todas as pilastras da sociedade do augusto primata ser, Então, sincero.
Sim, lembrei,
Lembrei-me do cíclico fluxo de vontades represadas
Pela eclusa da sensatez.
Lembrei-me das amorosas venturas forjadas pelo magma
Do anonimato da minha psiquê.
Ah, sim,
Como poderia esquecer
Das marés e marés primaveris de esperança em que tanto me Lancei.
Sim, seguramente, ao falar-me,
Sua voz descerrou-me na memória
Aquela recentemtente fechada porta:
Porta que me trouxe de volta
A sensação da felicidade incauta.
Sim, infelizmente eu vejo,
Claramente perdida, agora.
Contudo, a querela não fora de todo perdida.
Sim, com efeito, consegui colher flores belas, magníficas.
Dentre elas: sua amizade, Querida Negra Pérola,
Na concha da controversão, voluntariamente, jazida!
Sim, falo de você mesmo, Pérola Negra, que mostra ás rosas de Judas o Beijo desabrido da opaca cintilância e aos sinceros corpos Primários os preciosos tesouros recônditos em seu arquipélago Quase impenetrável.
JESSÉ BARBOS DE OLIVEIRA