<br />RESSUSCITAR-TE
Chamo pelo silêncio,
Silêncio dos ventos.
(Faz silêncio minha dor)
Silêncio de todas as cores.
Chamo pelo silêncio do mar.
(Faz silêncio minha voz)
Silêncio, fez-se em minha alma,
Solo que jaz em mim.
(Faz silêncio minha paixão)
Silêncio te peço que faça, Sol...
A noite nela se deitou.
(Urge que deites em minhas mãos
do fogo de tuas chamas)
Silêncio te peço, Lua,
E de todos os corpos do céu.
Mas deita em minhas mãos
da tez de tua luz)
Silêncio, peço ao silêncio!
E a todas as conchas do mar...
(Mas deita em minhas mãos
todo som dos maremotos)
Silêncio de versos, poeta,
E de todo fervor de tu’alma...
Mas retendes, em tuas mãos, sopros-poesia.
Soem agora em uníssono,
Do todo deitado retido contigo:
Liberte de alma o espírito em paixão!
Soem... Soem... Soem...
Timbales, fagotes, cellos...
Sopre teu Sopro naquela que jaz...
Soem todos os sons...
Urge o rugir da sinfonia e harmonia...
Liberte do barro todo vermelho-vinho.
Soem... Soem todas as artes!
Faz mister da criação
Tudo que tens será pouco
se pronto não ressuscitar-te...