Poemas : 

Ressuscitar-te

 
<br />RESSUSCITAR-TE


Chamo pelo silêncio,
Silêncio dos ventos.

&nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp;(Faz silêncio minha dor)

Silêncio de todas as cores.
Chamo pelo silêncio do mar.

&nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp;&nbsp;(Faz silêncio minha voz)

Silêncio, fez-se em minha alma,
Solo que jaz em mim.

&nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp;(Faz silêncio minha paixão)

Silêncio te peço que faça, Sol...
A noite nela se deitou.

&nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp;&nbsp;(Urge que deites em minhas mãos
&nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp;do fogo de tuas chamas)

Silêncio te peço, Lua,
E de todos os corpos do céu.

&nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp;Mas deita em minhas mãos
&nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp;da tez de tua luz)

Silêncio, peço ao silêncio!
E a todas as conchas do mar...

&nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp;(Mas deita em minhas mãos
&nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp;todo som dos maremotos)

Silêncio de versos, poeta,
E de todo fervor de tu’alma...

Mas retendes, em tuas mãos, sopros-poesia.

Soem agora em uníssono,
Do todo deitado retido contigo:

&nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp;Liberte de alma o espírito em paixão!

Soem... Soem... Soem...
Timbales, fagotes, cellos...

&nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp;Sopre teu Sopro naquela que jaz...

Soem todos os sons...
Urge o rugir da sinfonia e harmonia...

&nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp;Liberte do barro todo vermelho-vinho.

Soem... Soem todas as artes!
Faz mister da criação

&nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp;Tudo que tens será pouco
&nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp;se pronto não ressuscitar-te...
 
Autor
Paulo de Carvalho
 
Texto
Data
Leituras
2183
Favoritos
2
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
24 pontos
8
0
2
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 02/02/2008 13:38  Atualizado: 02/02/2008 13:38
 Re: Ressuscitar-te
está l i n d í s s i m o!!!
qta sensibilidade e profundidade nesse apelo à natureza, música, e demais artes...bjs


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 02/02/2008 14:16  Atualizado: 02/02/2008 14:16
 Re: Ressuscitar-te
muito seu poema! convido-o a ler o meu " o silêncio é perfeito"...abraço


Enviado por Tópico
Tânia Mara Camargo
Publicado: 02/02/2008 15:06  Atualizado: 02/02/2008 15:06
Colaborador
Usuário desde: 11/09/2007
Localidade:
Mensagens: 4246
 Re: Ressuscitar-te
Belissímo, viajei no teu poema!!!!


Enviado por Tópico
Luz&Sombra
Publicado: 02/02/2008 15:33  Atualizado: 02/02/2008 15:33
Da casa!
Usuário desde: 01/10/2007
Localidade: Cantinho à Beira Mar Plantado
Mensagens: 410
 Re: Ressuscitar-te Por Paulo de Carvalho
Poeta...

Quão belo e profundo, é este teu apelo!

Beijo no teu sensível coração.