"... nem tenho pleno o coração
permeado de poemas de amor...”
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- No fim dos caminhos -
No fim dos caminhos,
impassível ela espera,
vigia, vasculha a vida,
procura minha alma.
Silenciosa espreita,
vai destruir em mim
os rastros da criação
mais que imperfeita.
Espera sem pressa,
na certeza absoluta
que passos trôpegos
se dirigem para ela.
Sequer montanhas
podem afastar-me
desse objetivo;
não vejo mais magnitude,
nem tenho pleno o coração
permeado de poemas de amor
cantados ao entardecer.
Não há mais majestade
no objetivo da íngreme jornada;
tento ser livre, impermeável
aos pensamentos confusos
nas intermináveis noites conturbadas.
Bastaria um dia claro,
uma esperança nos olhos
e o novo sol nasceria
alegremente através das cortinas.
No fim dos caminhos,
ela espera, sem pressa,
sabe com certeza:
- estou indo ao encontro.
06122014
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" ...descrevo sem fazer desfeita,
meu sofrer e meus amores
não preciso de receita
muito menos prescritores."