És uma mulher com pássaros desfilando no rosto numa algazarra de cores
dentro dos olhos.
Os cabelos teus palácios de vento cheios de trombetas soando em
direção aos mares.
Às vezes quando o silêncio dá lugar à imagem ninguém vê
o que transparee no caminho que leva às profundezas do coração.
Feras feitas de música dormem no aconchego das cordilheiras mudas
do teu corpo cru como uma linguagem intraduzível.
Teu andar puxa o oceano que ondula embalado ao ritmo dos quadrís
de pérolas macias
sob núpcias de cometas que esvoaçam refletidos na carne-marinha.
Posso me enganar a quanto a mim quando não sonho
mas não posso conter a mente que rasga paredes
a vai-se espalhar no deserto susurrado das estátuas inquietas.
Sei que teu colo cristalino guarda o vulto de beijos que ecoam no rosto
feito caverna recebendo o mar.
Não vou definir o amor
mesmo porque a distância é
um sinal
proibindo o trânsito do desejo e o céu foi tomado caem pedaços do céu
quente
queimando a calçada,
anjos com língua de raio anjos com
dentes-de-sabre
empunhando metralhadoras retalham a espinha do céu e desabotoam estrelas
sobmersas no sangue
escorrendo entre o cósmico e a parede.
É uma pena eu não poder dedilhar um violão ao teu ouvido
mas é que a poesia é uma clave do íntimo
Garanhões velhos manquitolam na estrada do erotismo absoluto
mas acabam nas cercas pendurados nas dúvidas
[size=medium]Eriko y Alvym[/size]