Ícaro no olimpo de plantão a me olhar
fostes eu a ser mais um a me queimar
pelo delírio de me libertar e voar para
encontrar o brilho da paz que me cegou
As asas recém descobertas, pesadas
já feridas pelo medo que angustia a
possível, porém incerta partida de Creta
o labirinto esculpido em meus delírios
do qual desejo mas não consigo me libertar
O deus mais bonito camuflado pelo jubilo triunfante
das estátuas de sal feitas em confiança pelos homens
espreitando o esplendor triunfante do clarão ofuscante
que equilibra os corpos livres a bailar em harmonia
As chaves sobrepostas ao inferno de Hades e Plutão
ansiando o sacrifício divino do touro cretense negado
pelo voo indomável da vontade imaginaria de correr para
ver o mar negro e pairar sob os braços de Morfeu
O exílio final de minha vontade negligenciada pelas ações
dos participantes da fantástica fábrica de felicidade que
negaram as metamorfoses de minha sina restando-me
apenas a almejar as aves que sobrevoam as grades de meu labirinto
thess