Poemas : 

EXÍLIO DE VIDRO

 
Tags:  canto gregoriano  
 
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Exangue
contrita
mãos aflitas entrelaçadas
um resumo de preces sussurradas em vitral
uma imagem despretensiosa
um relicário numa porção de anonimato
exílio de vidro
anjos e demônios constritos
lado a lado
como se nunca tivesse havido oposições
atos do cantochão sendo executados
como uma absolvição
sem ao menos ter tocado uma única vez nas minhas culpas
nem endereçado um olhar às minhas justificativas
Retinta visão espelhava e
lá fora uma manhã ensolarava
incidindo sobre o confessionário
agora eu sei:
a fé e a descrença
ambas
nunca dependerão de mim para existir...


Sou apenas o que sou, não o que esperam que eu seja...

 
Autor
VCruz
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Enviado por Tópico
Migueljaco
Publicado: 01/12/2014 12:32  Atualizado: 01/12/2014 12:32
Colaborador
Usuário desde: 23/06/2011
Localidade: Taubaté SP
Mensagens: 10200
 Re: EXÍLIO DE VIDRO
Bom dia VCruz, seus versos nos evidenciam que somos apenas fragmentos do universo, sem força alguma para intervir em suas ações, por tantos sujeitos aos seu caprichos sempre, parabéns pelo contundente enredo poético, eu te desejo uma semana repleta de paz, MJ.


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 01/12/2014 14:16  Atualizado: 01/12/2014 14:16
 Re: EXÍLIO DE VIDRO
imagino a tua alma poética como uma catedral onde o leitor entra e admira. parabéns, Valéria.


Enviado por Tópico
Vania Lopez
Publicado: 03/12/2014 03:01  Atualizado: 03/12/2014 03:01
Membro de honra
Usuário desde: 25/01/2009
Localidade: Pouso Alegre - MG
Mensagens: 18598
 Re: EXÍLIO DE VIDRO
esse toque de irreverência no final
supera até minhas preces sem face.

e lá dentro uma manhã ensolarava tudo.
pra guardar na memória do peito. bjs
não antes do obrigada