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Na linha do horizonte,
na curva da ponte
deste pensamento.
Os pulsos nervosos carros
pelos neurônios ruas
da cidade.
Eu, astrócito
deste cérebro coletivo.
Eu, astro insólito
deste cérebro comestível.
"Os canibais de cabeça
descobrem aqueles que pensam
porque quem pensa
pensa melhor parado"
Eu paro no semáforo.
O cérebro pára.
A corrente neural
fedendo a combustível.
No dendrito preto
do cérebro da cidade,
paro.
O astrócito pedestre
passa.
O canibal de cabeça
não me descobre
porque atravesso
enquanto o cérebro pára.
Não estou parado,
não ficarei parado.
Não posso estar parado
nem em qualquer sonho do mundo.
Quem come a cidade?
Quem comerá o cérebro da cidade?
Quem beberá o sulco
do giro do cíngulo
do sistema nervoso
do eixo central?
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