Havia um lar de amores onde todos os dias nos encontrávamos, hoje talvez não tenha um motivo aparente para a solidão, Afinal, poucos entendem o que se passa neste mundo chamado coração que desmoronou após a tua partida, após o teu abandono. Ainda que não seja assim o teu querer, a dor se instalou de uma maneira que me esforço para não chorar. Me aquieto num canto escuro e em silêncio me apego a esperança de que se amenize todo esse sofrer que pulsa, que imputa, que desvanece a alma. Da beleza que a nós sonhava me restaram apenas fragmentos que ao caminho vou recolhendo, vasculhando os destroços na esperança de que ainda consiga juntar a vida que partiu, juntamente com o brilho dos teus olhos que se foram.
Hoje percebo que a esperança tem os seus dois lados e que no presente se tornara apenas o meu engano, pois não terei mais o que a esperança me faz ver de ti, que me vem como futuro consolo.
Tenho de ti apenas o passado que o presente me roubou e que levara ao longínquo sem se quer permitir que dissesse adeus. Quisera eu tornar ao tempo e viver os momentos que traziam sentido a minha existencia, tal sentimento sublime que era
amor puro capaz de trazer um sorriso ao lábios,
De tirar o sono por uma quimera acordado, de enfeitar tudo que nos cercava tornando até a rotina enfadonha agradavél. Posto que o teu encanto deixava tudo belo e válido.
Hoje sigo pelo mesmo caminho quando tento
regressar ao nosso lar de amores, porém o caminho se tornara taciturno, cinzas no lugar das flores, chamas no lugar dos arbustos de amores, trevas ao invés de encanto. Não há mais nada no caminho do que plantamos,do que construimos e ainda assim insistentemente, a vida segue em meio a fumaça.
Segue sozinha,segue(coitada) cega...
Vida; ainda a vejo agonizando, mesmo querendo o seu fim ainda que desejando o tiro de misericórdia. Há uma esperança que a motiva, há um desejo que a impulsiona: A maldita esperança que tu voltes eE a recolha no caminho. A maldita esperança que este lar de dores que hoje meus olhos contemplam torne a ser o que sempre fora ao teu lado, o nosso, ainda que apenas nosso
Doce lar de amores...
21/02/2006
"Morremos gestantes da ansiedade que nada espera."