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Terror dos povos que habitam as bordas da terra

 
Ah! Embrenho-me nas sombras,
quedo-me ali quase invisível no espaço frio,
distantes dos mortais olhares curiosos
que se perdem na superfície do vazio.
Habito o fluxo de sombras desenhadas,
espasmos de luz, um plano reverso,
na imensidão, fundo de todos os abismos,
as aras de todos os altares do universo.

Trago a mente imersa numa nova visão
arrancada das profundezas da memória ,
vagando nas noites em busca feroz
de quem se atreveu a gritar meu nome,
fazendo congelar nos lábios grito silencioso,
cicios de raiva e desespero prementes,
desaparecendo em fuga da luz,
ao se anunciar o sol nas encruzilhadas.

Quedo-me em algum lugar na solidão,
entregando-me ao passatempo favorito,
na mente permanece num fosso escuro,
a matança, o horror por mim perpetrado,
causado pela ameaça do chamado fatal,
vista mortal, o cheiro do sangue humano.

Na memória flutuam imagens vagas
de quem ouviu sussurrar o hino da morte,
viu nas urbes vazias as sombras dos mortos,
em vez de viventes que respondem ao chamado
grassando voraz o espírito do medo extremo,
o terror dos povos que habitam as bordas da terra.

 
Autor
ArysGaiovani
 
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