Três horas da manhã e eu desperto
Com os toques irritantes do seu fone
Na tela do celular surge o seu nome
Fico mais confuso e menos esperto.
Não que eu te queira aqui por perto
Nem que sua voz me traga paz e faça bem
Mas três horas da manhã não acho certo
Você telefonar para a casa de ninguém.
Chateado fico pensando se atendo ou não.
Olho despistado se minha mãe acordou
Se ela acordar vai ser um circo de terror
Vai buzinar na minha cabeça maior sermão.
Atentado resolvo atender a sua ligação:
Alô? Quem liga a esta hora da madrugada?
Você, como que se não houvesse nada,
Diz que quem liga é quem te ama de paixão.
Sorrio, pensando: Que menina danada!
Como pode entrar assim no meu coração?
Você me diz que não dorme sossegada
Se não ouvir minha voz ou fazer uma oração.
De repente passa a raiva e vem a vontade
Uma vontade louca, ensandecida de você
Será que resume em ti toda minha felicidade
Ou será que eu apenas me engano por querer?
Sei lá. Sei que que fico do lado de cá: “Te amo!”
Do lado de lá fica você: “Te amo tanto, meu bem!
Para passar para o lado de cá eu imploro, te chamo,
Mas você, se fazendo desapercebida, nunca vem.
Na madrugada fria o sofrimento é medonho
Meus pensamentos não seguem nenhuma lei
Na verdade tudo não passou de um sonho
Era o meu irritante despertador. Acordei.
Gyl Ferrys