nenhum som abre as paredes
e deita no quarto.
a cama morta, as mãos segurando
o rosto, a pausa estranha
da desesperança.
armários frios,lenta noite
do primeiro dia de liberdade
e fome.
e ela que há muito desaprendeu
os dons de voar, some por detrás
de sua própria sombra,
observando a inexatidão
das alianças em cima da cadeira.
e por um tempo que os relógios
desprezam, rele o bilhete suicida
com os olhos sujos de saudade
e escuridão.
karla bardanza