Falta-me coragem para abandonar.
Eu fico e observo-me em repetições.
Movimentos que seguem, sem autor.
Sou um covarde.
Quero despir o medo.
Dá o passo direito.
Anunciar meu nome.
E reconhecer-me.
Sou uma massa modelada.
Sobre um ninho.
Entre braços e pernas.
Sufocam-me.
A vontade dorme.
Como um novilho, ela dorme.
E ressoa, ela dorme.
Profundamente.
Meu maior inimigo habita em mim.
Desisto da liberdade e saboto-me.
Até que todo o meu esforço cesse.
Fecho os olhos, e sinto o sabor.
Viajo longe, para àquele que sou.