Tento achar cores nas ruas,
aprofundam-se as sombras
extinguindo a tímida paleta de sonhos,
restando visão monocromática do cinza.
Ao longo do dia, no meio das noites,
estampado no meu céu ameaçador.
Tento achar alguma ternura no concreto,
ver lagos e nuvens na poeira do asfalto.
Mas, são armadilhas fatais,
minhas visões que deslizam céleres,
para baixo de um viaduto inacabado,
absorvidas são pelos sonhos
dos sem tetos lá residentes.