Bem-vindo à máquina
Que te engole
Ou és cuspido.
Sê Bem-vindo!
Sê Bem-vindo …
Mas sê cinzento.
Aqui se quiseres cor
És diferente
E aqui “são todos iguais”.
Citando Orwell
“Uns mais iguais que outros”
Mas disso aqui não se fala.
Melhor que tudo…se cala!
Porque a pirâmide
Se escala!
Quem pensas tu que és?
Se nasceste ao revés
Conforma-te com as ralés!
Se estás aqui olha e cala
Porque o escolhido é que fala
E para isso há uma escala.
Antes que faças asneira
Lembra-te que és poeira
Que sai fácil com a peneira.
E antes que o vento te leve
E o teu tempo aqui seja breve
Aprende que quem nada tem, tudo deve!
Deves ser obediente
Deves ser paciente
Não deves tentar ser gente.
Sê bem-vindo, querido amigo
Podes bem contar comigo
Enquanto não fores banido.
Aqui as regras são claras
Aqui só ouves, não falas
E se algo tu vês, tu calas!
Tenhas isto aprendido
E agrades meu umbigo
Talvez eu conte contigo.
Mas isso são outras histórias
Se aqui estás, podes ter glórias
E repelir as escórias!
O sistema é bem simples
O que estiver sujo, não limpes
“Sujos” são os pedintes …
O que pensas ser sujidade
È a mais limpa verdade
Se for da nossa vontade!
E, claro, dos nossos interesses
E nunca vás contra esses
Mais valera não nascesses!!!
A tua vida não é nada
Face à nossa fachada
De coisa civilizada
Nós somos muito educados
Humildes, mas elevados,
E muito considerados!
Por isso, meu querido amigo
Não queiras ser inimigo
De quem arrasa contigo!
E deixemos esta tolice
(só não esqueças do que ouviste
Ou o teu fim será triste).
Acabaste com o teu limbo
O teu percurso está findo
Sê então muito bem-vindo!
(Por Ana C.)
Esquece todos os poemas que fizeste. Que cada poema seja o número um.
*Mário Quintana*