Poemas : 

Último poema

 
Mingua a medula do tempo.
Inclinando o sonho no recorte do ensejo.
Despe o sangue da
cor e o verbo da voz.
Silêncios embriagam o olhar. Colando a
respiração à jura.
Coração arrefecido de perdão
gizando no rosto arribas.
De olhos cerrados do esplendor.
Pelo último eterno salto.
O mistério ajoelha-se na terra nua
onde jazem flores amarelas.


Zita Viegas















 
Autor
atizviegas68
 
Texto
Data
Leituras
1139
Favoritos
2
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
33 pontos
11
3
2
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
Gyl
Publicado: 22/11/2014 22:13  Atualizado: 22/11/2014 22:13
Usuário desde: 07/08/2009
Localidade: Brasil
Mensagens: 16148
 Re: Último poema
Queria conhecer essa terra nua onde jazem flores amarelas. Deve ser muito bela. Beijos do lado de cá que cheguem ao lado de lá. Inté!




Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 05/12/2014 14:53  Atualizado: 05/12/2014 14:53
 Re: Último poema
Nada me apaixona mais
Do que imaginar o meu último poema

E escreve-lo apenas p’lo prazer de escrever,
Pra ser honesto
Não teria rima, pontos finais,
Nem vírgulas, nem hífen ou sujeito
E no fim provável diria: — “já volto”.

No meu último poema,
Seria ingénuo, como na infância e sem peso
(tal qual era no primeiro), dispensaria predicado.
Um ramo crescido, seria meu improvisado poiso,
Observando-me d’afastado,
E pra que não soasse, a denúncia de suicídio,
Escreveria no final feliz: –p.s“volto já”

O meu último poema
Teria rolha de cortiça pra que não se afogasse
E frasco de fosco vidro anil e verde
Pra se fundir no limo sargaço
Ficaria a vê-lo de um rochedo
Perder-se mar com a minha paixão dentro
E finalizando a ultima estrofe: “já não volto”


Jorge santos (10/11/2010)
http://joel-matos.blogspot.com


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 05/12/2014 15:23  Atualizado: 05/12/2014 15:23
 Re: Último poema
Sabe de um segredo?
Nunca saberemos qual será nosso último poema,
pois eles engrandecem nossa existência e
sem eles não há viver nem sonhar...
Belíssimo este último poema, mas acredito que outros virão...
é esperar...
bj