Mortas, caem as folhas das árvores.
Tristes, põem-se a rolar pela friagem do chão...
O que me são essas lápides de mármores
Se só me trazem de você a solidão?!
Os sonhos vão desfeitos na partida...
Correm lágrimas sobre os olhos que se apagam...
Quem dera ter de você por toda a vida
Os carinhos com que agora tanto lhe afagam!
Inda escuto uma voz me chamando;
E chama meu nome e nada em mim se acalma!
Quem invade minhas noites sussurrando?!
A solidão que deveras deixou como fantasma?!
Sem você tudo aqui é um frio de gelar o corpo!
Placidamente dorme embaixo às mortalhas...
Dorme com um sorriso enregelado – morto! -,
Na friagem da tristeza que amortalha...
Sobre seu peito cruzam-se – rijas -, as mãos...
As mãos que ontem segurei com tanto enlevo...
Oh que de tão entrelaçadas que estão
Sequer segurá-las entre as minhas me atrevo!
Segue eterna... Imortal num derradeiro adeus...
Oh dolentes carinhos! Oh afagos condoídos!
Desce à sepultura num feral adeus
Como os sonhos por mim nunca vividos...
(® Tanatus - 22/11/2014)