MENINO DOS OLHOS D’ÁGUA
Menino dos olhos d’água
Porque tens olhos assim?
Porque fazes deles frágua?
Porque te fixas em mim?
Rasga o véu dos meus olhos
Rasga o metal do meu peito
Rasga… tudo rasga a eito
Leva a luta até ao fim!
Que baú de sofrimentos
Guardas tu dentro de ti?
Peças, puzzles de lamentos
Eu não sei… não estava aqui!
Feres-me com o teu cansaço
Queimas-me com o esquecimento
É do que faço e não faço
Não chores assim, sem lamento!
Sei que nada queres rasgar
É tarde para perdoar
Sei que o que queres é… nada
E no nada… respirar.
Mas sem lamento, ainda chora
O menino dos olhos d’água
Apesar da demora
Talvez tenha ainda a alma.
Talvez porque ainda chora
Apesar da demora
Talvez ainda um bocado
Da Alma, tenha sobrado.
Mas viverás para sempre
Menino dos olhos d’água
Sendo Eterna semente
E vivendo a meia alma.
Tens a Inocência ceifada
Muito antes do Tempo
Por isso os teus olhos d’água
E o teu choro sem lamento.
(Por Ana C.)
Esquece todos os poemas que fizeste. Que cada poema seja o número um.
*Mário Quintana*