Serei poeta? Meu desconhecimento é profundo,
Alguém além de mim que me conheça?
Dúvida! Nada na escrita que enalteça
Algo inspirado ou divino e me afundo.
Nada tenho de meu que além de mim prevaleça,
Sempre me revi aquém dos sentidos, só no mundo
Poético que tento servir. Aconteça
O que acontecer, de poesia me inundo.
Mas de que serve tanto pensar?
Regiões na mente onde nada é conselheiro
Finjo escritas onde me imagino verdadeiro
Me elevo demais, aspiro me ver primeiro
A reconhecer minha escrita, e depois me aventurar
Mais e mais além de um simples poetar.
Paulo Alves