Há especialmente um poema de Cruz e Sousa que gostaria que conhecessem. Chama-se: "Tristeza do Infinito". O poema é um pouco extenso, então, selecionei as estrofes que mais me sensibilizam; e se você também delas gostar pode copiar o poema inteiro em: http://www.casadobruxo.com.br/poesia/c/tristeza.htm
TRISTEZA DO INFINITO
1ª
Anda em mim, soturnamente,
uma tristeza ociosa,
sem objetivo, latente,
vaga, indecisa, medrosa.
3ª
Uma tristeza que eu, mudo,
fico nela meditando
e meditando, por tudo
e em toda a parte sonhando.
5ª
Dessas tristezas incertas,
esparsas, indefinidas...
como almas vagas, desertas
no rumo eterno das vidas.
6ª
Tristeza sem causa forte,
diversa de outras tristezas,
nem da vida nem da morte
gerada nas correntezas...
8ª
Dessas tristezas que vagam
com volúpias tão sombrias
que as nossas almas alagam
de estranhas melancolias.
9ª
Dessas tristezas sem fundo,
sem origens prolongadas,
sem saudades deste mundo,
sem noites, sem alvoradas.
12ª
Ah! tristeza imponderável,
abismo, mistério, aflito,
torturante, formidável...
ah! tristeza do Infinito!
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Agradeço a leitura e, antecipadamente, qualquer comentário.
RSérgio
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