Tormento que atormenta a placenta;
Repúdio do fluído da vida;
não ter a vontade nascida;
Sou ser, vou ter, não saber;
Rasguei o ventre, sem perguntarem meu querer;
Abri, sorri, os olhos, e chorei;
Deitei, mamei, ser forte eu serei;
Sai e aqui fora estarei;
Vivo, vida, tudo, não saberei;
Mas fujo, não, tenho que honrar o sangue que derramei;
O grito forte da dor, alívio de ver-me livre;
Banhado no fluído vida, fui trazido a vocês;
Espero poder ser humano, este sangue derramado de vez;
Bem vindo filho querido, seja feito, como de seu pai se fez;
Seja filho do filho e derrame este sangue outra vez...
Marcio Corrêa Nunes