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Este poema que compus devagar
Me inunda de tamanha amargura!
Escrito à luz pálida de um manso luar
Apenas me atiça para uma escrita escura.
Chegam na ânsia memórias a desenhar
O amor de outrora que hoje me tortura!
Sinto a alma a noite inteira a chorar,
Sobre um peito onde o tristeza perdura.
Porque me sinto assim tão triste,
Por algo que só em mim existe?!
Uma dor de saudade que só eu contenho.
Sofrer assim, ninguém merece!
Faço da minha lira altiva prece,
E da poesia única amiga que tenho.
Paulo Alves