Tua memória em mim fecunda
A tristeza onde me esqueço.
Me obriga a sonhar, obedeço,
Enquanto a alma no peito afunda
Por entre dores. Será que mereço
Todo este desconforto que me inunda?
O teu amor é a morte, me atira à tumba
Dos sentidos onde em mim desapareço.
Farto do sentimento onde me afundo
Caio, por entre tudo o que consenti.
Vácuo intemporal do vazio profundo
Num sonho longincuo teu me revi
Aquém do previsto, bem no fundo
Abismal do sentir me deixas-te e me esqueci.
Paulo Alves