Poemas : 

A meio mastro

 
Tremulam as mãos já desconsoladas,
Brancas bandeiras, raízes aéreas
Que lançam ao vento, desarticuladas,
Palavras de vida em nuvens funéreas.

Na vã trajetória o poema de amor
Em sua cegueira tateia o vazio;
Carícia de espinho, injúria de flor,
A sinestesia do meu desvario.

Quem dera compor-te o alheamento,
Canção de ser nada, de nada sentir;
Fazer do silêncio o meu argumento,

Ode ao reverso do teu existir.
Quem dera ter as asas quebradas
E a meio mastro as mãos hasteadas.

 
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Amora
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 20/11/2014 18:31  Atualizado: 20/11/2014 18:31
 Re: A meio mastro p/ Amora
por exigência das palavras que vc identifica aos seus poemas, os olhos de quem te lê ficam conforme "êxtase" em ponto-fim. seja na demarcação de beleza própria, seja na codificação da imagem que vc ilustra..


e,



um Beijo, Amorinha!

(sempre)


Enviado por Tópico
Betha Mendonça
Publicado: 23/11/2014 19:57  Atualizado: 23/11/2014 19:57
Colaborador
Usuário desde: 30/06/2009
Localidade:
Mensagens: 6700
 Re: A meio mastro
Mui belo, Amora!
Da gosto ler um soneto
tão bem trabalhado
em sentires e rimas.
bjs


Enviado por Tópico
Vania Lopez
Publicado: 23/11/2014 23:46  Atualizado: 23/11/2014 23:46
Membro de honra
Usuário desde: 25/01/2009
Localidade: Pouso Alegre - MG
Mensagens: 18598
 Re: A meio mastro
essas imagens parecem soltas no soneto,
e presas dentro da gente. teu talento causa isso.
causa uma concretude abstrata. aff. beijo flor


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 24/11/2014 08:25  Atualizado: 24/11/2014 08:25
 Re: A meio mastro
este é um soneto construído gema após gema, com um desfecho brilhante. parabéns, Amora.


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 05/12/2014 18:00  Atualizado: 05/12/2014 18:02
 Re: A meio mastro
Palavras que se hastemam em um espaço onde os olhos se olham em silêncio, em sentimentos