Crónicas : 

Arrancando gemidos dos ciprestes gêmeos

 


Se acaso sobreviesse a última das batalhas, quem sabe poderíamos ver entre cadáveres um inocente antes da abertura da escotilha. Mas respirando antes da execução, teme antecipando o próximo passo em direção ao abismo sem fundo. Esperança e medo, num misto de preocupações sorumbáticas, a curvar a cabeça, angustiando o peito. Nesse patamar, o desejo lógico seria retroceder, contemporizar, voltar ao porto seguro quando a cada passo dado mais distante parece estar o amor que poderia prevalecer.
Sempre será com horror que os raios do luar negro iluminarão com pálida luz o rosto sem alma. Imóvel, pende a cabeça sobre o peito, curvando-se ao peso do destino. Tal poderia ser utilizado também no granito verde das sepulturas, arrancando gemidos do bronze entre os ciprestes, esguios atalaias dos mortos.










 
Autor
FilamposKanoziro
 
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