Se saísse para a rua hoje
para somente voltar amanhã
teria passado a noite
procurando aprender a amar
Poderia sentir a ternura do final do dia,
o ocaso num entardecer sereno,
ver como o céu estaria silencioso.
Na neblina que antecede o arrebol
poderia olhar as montanhas distantes,
o turbilhão de pássaros procurando abrigo,
tentando raciocinar entre o rumor das asas,
e o farfalhar do vento nas ramas.
Sinto no tempo certa ambiguidade
cúmplice da minha ignorância
na arte de me entregar,
abrir o coração à outra pessoa.
A noite que passasse na rua,
foi o ontem da minha insensibilidade;
também seria o amanhã de hoje:
mais um dia em que não amei ninguém