Nego cada momento meu que leio em verso,
Carência de sentidos, que sem cadência revela
A falta de alma poética em mim. Luz de vela
Apagada, com rasgos de loucura em excesso.
Com palavras im(poéticas) me vejo submerso,
A erma beirada do coração serve de janela
A um tonto sentir. Solto uma feroz sacudidela
Revejo como poeira um poema disperso,
Todos os dias sigo escrevendo mal ou bem!
Não sei se alguém entende o que minha escrita contém,
É imperfeita, bem sei, é um facto,
Nessa imperfeição procuro a inspiração ou melhoria,
Que me faça um dia escrever algo parecido com poesia.
Até lá a razia de sentidos na escrita aqui constato.
Paulo Alves