O meu poeta foi embora...
Foi morar em outros jardins
Deixou por aqui seu canto
Poetando para tantos
Entre flores de jasmim.
Vai Poeta... Voa alto passarinho
Segue a vida construindo ninhos
Para o "Manoel-de-Barro", morar.
Palavra por palavra, fiapos
De algum verso. Voa Manoel!
Vai tecer outros poemas
Nas ternuras lá do céu
Vai Poeta... Voa alto passarinho
Segue a vida construindo ninhos
Para o "Manoel-de-Barro", morar.
Morreu aos 97 anos, por volta das 08h, do dia 13 de novembro de 2014, o poeta mato-grossense Manoel Wenceslau Leite de Barros (Manoel de Barros), o poeta passarinho.
Nascido em 1916 em Cuiabá, Manoel de Barros escreveu 18 livros de poesia, obras infantis e diversos relatos autobiográficos. Recebeu ao longo de sua vida, vários Prêmios Literários destacando-se entre eles, dois Prêmios Jabutis – em 1989 com “O Guardador de Águas”, e em 2002, com “O Fazedor do amanhecer”.
Obras do Poeta:
A primeira obra editada foi em 1937, (Poemas Concebidos sem Pecado), cinco anos depois é lançado pela editora Leya (Face Imóvel). Em 1956 (Poesias), quatro anos mais tarde em 1960, o livro (Compêndio para Uso dos Pássaros), seguido por (Gramática Expositiva do Chão - 1966), (Matéria de Poesia- 1974), (Arranjos para Assobio- 1980). Na década de 1980, o poeta lançou mais duas obras importantes, (Livro de Pré-Coisas -1985 e (O Guardador de Águas – 1989) este último, lhe rendeu o seu primeiro Prêmio Jabutis.
Em 1991, escreveu (Concerto à Céu Aberto para Solo de Ave), (O livro das Ignorãças -1993), seguido dos livros (Livro Sobre Nada -1996) e (Retrato do Artista Quando Coisa-1998). No último ano do século 20, Manoel de Barros lançou dois livros (Ensaios Fotográficos- 2000) e (Exercícios de Ser Criança- 2000). Já no primeiro ano do século 21, escreveu (Tratado Geral das Grandezas do Ínfimo-2001) e (O Fazedor do Amanhecer- 2001), que lhe concedeu o segundo Prêmio Jabutis.
Em 2003, Manoel de Barros volta a retratar a natureza, os pássaros que tanto amava no livro (Cantigas Para um Passarinho à Toa), seguido por (Poemas Rupestres- 2004) e (Poeminha em Língua de Brincar- 2007), findando sua majestosa obra com o (Menino do Mato -2010).
Na poesia de Manoel de Barros, o colorido das aves; a vivacidade dos peixes, o canto dos passarinhos, a beleza de toda a natureza, foi transformada em versos.
Manoel de Barros é um, dos meus três poetas brasileiros preferidos. Portanto, é um privilégio tê-lo como Patrono da Cadeira 32, que orgulhosamente ocupo na Academia Virtual dos Poetas da Língua Portuguesa.